terça-feira, 16 de outubro de 2012

Farrapos de poeta.

 
O molde
    Um poeta sem rumo era ele como um anfiteatro sem cortinas empoeiradas, astuto executivo ou apenas um comediante, mas sem o farfalhar das bocas vertiginosas, não sabe-se se vivia a sonhar ou se era apenas tolo, podia ser amor, ou paixão quem sabe, ou um surto de embriagues.
    Um anjo do céu, flores desvanecidas, o doce dos lábios com ardor quente nos olhos que parecia sair das nuvens em uma ponta cor de rosa ou de nudez não importava, um fio tecendo a vontade de sentir o poder sutil de sua sonoridade, deusa dos mares, nuvem que se vai junto ao sol no crepúsculo levando a luz que move a mente súdita do porta apaixonado.
    Ébrio e sonolento com espadas e tufões, nada tinha a oferecer além de rascunhos épicos e palavras enfeitadas.
    Se o poeta não ama, homem algum amara alguém por toda a eternidade pois quem melhor que ele para escrever as palavras das mulheres de forma integra?
    Escrupuloso é o poeta esperando o primeiro encontro, por principio exige de virgulas até exclamações nas cartas velhas e surradas, posteriormente pinta até princesa e rainha imaginado mulher romântica e de princípios, mas são apenas analogias de um poeta intrigado.
    Se um dia precisar conjugar a palavra amor procure um poeta sem rumo, ele mostrara o caminho da mais alta nuvem.
(Larissa Roncaglio)

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