Lastimar
O primeiro dia no subúrbio do manicômio não houvera
sido muito agradável, Lucinda acordava na enfermaria com os pulsos enfaixados e
os olhos caídos, com mísera consciência que lhe restava. Os professores estavam
reunidos nos aposentos bizarros da Sr. Macgaler, a sala ao lado de onde Luce estava,
lhe permitindo escutar entre as finas paredes tenebrosas o que se passava.
- Senhora
Macgaler é de extrema importância que Luce permaneça sob cuidados particulares-
Dizia um senhor calvo de dentes amarelados, e paletó cinza de tecido surrado. –
Suas atitudes são repugnantes, e corre um risco de vida colossal. – Afirmava com
tom de certeza.
- Imagino
que ela não saiba dos acontecimentos. – Sr. Macgaler com apreensão exprime. –
Precisamos coração de ferro e garganta de aço, para lhe dizer que...
- Sr.
Macgaler o advogado da Sr. Lerman está a sua espera no saguão.
Lucinda fica furiosa, o que teria ela feito
para padecer tão desventura, e para merecer cuidados particulares, Luce apanha
o caderno de capa preta e suja que por intuição carregava-o consigo, subitamente
abre o caderno com uma caneta de tinta preta as mãos, quando Luce apoia a fina
e delicada ponta ao papel amarelado, a porta da enfermaria se rompe, e de traz
uma voz sussurra.
- Tens
certeza que é de sua ânsia fazer isto? – Luce arregala os olhos para
testemunhar se havia alguém, mas a porta se fecha subitamente com um estrondo
que podia se ouvir de longe.
Um homem sátiro apresenta-se ao pé da porta,
Luce não o conhecia e nunca terá o visto antes, logo vai entrando a enfermaria
com pisadas reforçadas e expressão satisfatória.
- Lucinda
Lerman? Chamo-me Lian Fitz, sou o misero advogado de seus pais, você se sente
melhor agora? – Questionou-a com empolgação.
- Estou
ótima, meus pais morreram e eu estou em um manicômio, prazer sou Lucinda a
louca. – Disse Luce com tentativa de sarcasmo.
- Estou
encantado em ver seus dotes artísticos, mas eles não me interessam, mas creio
que esse assunto seja muito mais interessante. – Esclarece Sr. Fitz lançado as mãos
de Luce um jornal hodierno que trazia uma imensa reportagem destaque, que o
advogado apontava com seu grosso dedo indicador.
- Veja
Lucinda, e entenderas.
Em letras grandes e assustadoras recitava-se:
“Família é aniquilada, acidente ou assassinato?” Logo a baixo em letras menores
e apagadas que diziam: “ Fatos que levam garotinha atormentada a sobreviver.”
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